Para isso existem as escolas: Não para ensinar as respostas, mas para ensinar as perguntas. As respostas nos permitem andar sobre a terra firme. Mas somente as perguntas nos permitem entrar pelo mar desconhecido. (Rubem Alves)



quarta-feira, 1 de junho de 2011

CONFLITOS EM SALA DE AULA


De uns tempos para cá, vêm se acumulando notícias sobre as constantes dificuldades dos professores e das direções das escolas para garantir o processo de aprendizagem. São comuns os relatos de desrespeitos e abusos por parte dos alunos, com alguns episódios, tendo repercussão extraespaço escolar. Muitos desses embates, inclusive, são denunciados como chegando ao extremo das agressões físicas.
Diante desse quadro, é necessário que se faça o questionamento acerca do perfil do aluno, principalmente dos que frequentam escolas públicas. Parece evidente, salvo levantamentos mais específicos, que o alunado continua sendo, em linhas gerais, o mesmo, com vontade de aprender e sabedor de que, somente com uma boa formação, pode aspirar a melhores oportunidades. Entretanto, a metáfora do cesto com a laranja podre pode, em muitos casos, explicar o caso de salas de aulas conturbadas.
Para qualquer professor, é fácil lidar com 20 ou 30 estudantes interessados, mas é muito mais complexo ter que administrar a postura de alguns poucos alunos que estão ali apenas para conturbar o ambiente. Muitos são movidos por um sentimento de indiferença com o próprio desempenho, seja porque não se importam com a reprovação, seja porque acreditam piamente que o Conselho de Classe, ao final do ano, irá lhes garantir uma aprovação automática, o que acaba ocorrendo com frequência. Com esse salvo-conduto, acabam por minar o ambiente de aprendizado.
A impressão que fica, para a população que vê, estarrecida, a qualidade do ensino decair vertiginosamente, é que os alunos, hoje em dia, são portadores de mais direitos que de obrigações, sendo que alguns deles não se mostram com obrigação alguma. Sem o professor ter restaurada sua autoridade para separar o joio do trigo, com condições de proteger quem quer aprender e afastar quem apenas pretende bagunçar, a qualidade de ensino não voltará às escolas públicas.

Retirado do Jornal Correio do povo de 30 de maio de 2011

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